quarta-feira, 18 de março de 2015

Da minha adolescência à idade adulta (2/3)






Continuando a minha história de vida, na escola profissional, continuava com os problemas de bullying. Comecei a sentir-me mal com essa situação e comecei a sentir-me inferior aos outros, a sentir-me gorda, enfim, a sentir-me mal. Entrei em depressão pela primeira vez na minha vida, aos 16 anos. Custei a recuperar, quis inclusivamente sair da escola, queria desistir.
Com a ajuda dos professores, da médica e da minha avó e mãe, lá ultrapassei a situação e continuei a estudar.
Entretanto, tinha que comprar um computador para fazer o trabalho de fim de curso. Na época, em 1995, os computadores eram caríssimos! Mas eu precisava de um.
Surgiu a oportunidade de ir trabalhar à noite nas limpezas e apesar da minha mãe não concordar porque achava que não era trabalho para mim, não queria a filha a trabalhar nas limpezas, porque era a neta do Sr. Doutor, lá fui trabalhar..
Comecei a ganhar dinheiro e ela ficava-me com ele para as despesas da casa…
Eu tinha ido trabalhar para juntar dinheiro para comprar um computador! Não para me ficarem com esse dinheiro!
A sorte é que eu tinha um namorado na altura, foi o meu primeiro namorado, namoramos 7 anos e meio, que trabalhava com um rapaz que tinha computadores e lá arranjaram maneira de me arranjar um computador para fazer o trabalho para acabar o curso. Acabei o curso e através de um programa para desempregados o POC, entrei para a função pública onde estou até hoje.
E continuava a trabalhar nas limpezas à noite. Para conseguir sair das limpezas, no último mês em que lá estive, tive que ir de táxi todos os dias para lá e foi assim que consegui sair de lá, pois os horários da função pública e das limpezas eram incompatíveis e eu não era capaz de chegar ao trabalho a horas.
A minha avó começou a ficar cada vez mais doente, ela já era doente, foi a vida toda. Tinha vários problemas que não vou enumerar pois eram mesmos muitos.
Com a idade foi piorando até ficar acamada. A aterosclerose  subiu-lhe à cabeça e ela enlouqueceu, passava dias e noites a chamar-nos e não nos deixava descansar. Para eu conseguir descansar, tinha que por auscultadores com música aos gritos para a deixar de ouvir e poder descansar.
Acabou por ter que ser internada com anemia.
Esteve 3 ou 4 dias internada.
Nunca me perdoei, não me conformo, por no dia anterior à morte dela, não a ter ido visitar.
Nunca pensei que ela iria morrer, ela só estava com uma anemia e acabou por morrer com uma asfixia, uma sonda que lhe puseram no estômago que ficou mal metida e ela acabou por morrer num corredor do hospital em SO.
No dia anterior não a visitei. Tinha muito trabalho, e por muito que tentasse, não consegui arranjar tempo para a visitar.
Achei que o trabalho era mais importante que a minha família! Trabalhava que nem uma louca para a nossa vida melhorar e para quê? Para não estar presente quando a minha avó mais precisava de mim!
No dia seguinte de manhã, fui informada de que tinha que telefonar para o hospital porque ela tinha morrido.
Eu não acreditei, telefonei logo e confirmaram isso mesmo. Fui a correr para o hospital para saber o que se passava e contaram-me o que tinha acontecido.
O chão desapareceu! A minha avó era tudo para mim, eu fazia tudo por ela! Ela era o meu mundo, a minha luz, a minha mentora…
O meu sofrimento foi atroz! Eu não aceitava!
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