Continuando a minha história de vida, na escola
profissional, continuava com os problemas de bullying. Comecei a sentir-me mal
com essa situação e comecei a sentir-me inferior aos outros, a sentir-me gorda,
enfim, a sentir-me mal. Entrei em depressão pela primeira vez na minha vida,
aos 16 anos. Custei a recuperar, quis inclusivamente sair da escola, queria
desistir.
Com a ajuda dos professores, da médica e da minha avó e mãe,
lá ultrapassei a situação e continuei a estudar.
Entretanto, tinha que comprar um computador para fazer o
trabalho de fim de curso. Na época, em 1995, os computadores eram caríssimos!
Mas eu precisava de um.
Surgiu a oportunidade de ir trabalhar à noite nas limpezas e
apesar da minha mãe não concordar porque achava que não era trabalho para mim,
não queria a filha a trabalhar nas limpezas, porque era a neta do Sr. Doutor,
lá fui trabalhar..
Comecei a ganhar dinheiro e ela ficava-me com ele para as
despesas da casa…
Eu tinha ido trabalhar para juntar dinheiro para comprar um
computador! Não para me ficarem com esse dinheiro!
A sorte é que eu tinha um namorado na altura, foi o meu
primeiro namorado, namoramos 7 anos e meio, que trabalhava com um rapaz que
tinha computadores e lá arranjaram maneira de me arranjar um computador para
fazer o trabalho para acabar o curso. Acabei o curso e através de um programa
para desempregados o POC, entrei para a função pública onde estou até hoje.
E continuava a trabalhar nas limpezas à noite. Para
conseguir sair das limpezas, no último mês em que lá estive, tive que ir de
táxi todos os dias para lá e foi assim que consegui sair de lá, pois os
horários da função pública e das limpezas eram incompatíveis e eu não era capaz
de chegar ao trabalho a horas.
A minha avó começou a ficar cada vez mais doente, ela já era
doente, foi a vida toda. Tinha vários problemas que não vou enumerar pois eram
mesmos muitos.
Com a idade foi piorando até ficar acamada. A aterosclerose subiu-lhe à cabeça e ela enlouqueceu, passava
dias e noites a chamar-nos e não nos deixava descansar. Para eu conseguir
descansar, tinha que por auscultadores com música aos gritos para a deixar de
ouvir e poder descansar.
Acabou por ter que ser internada com anemia.
Esteve 3 ou 4 dias internada.
Nunca me perdoei, não me conformo, por no dia anterior à
morte dela, não a ter ido visitar.
Nunca pensei que ela iria morrer, ela só estava com uma
anemia e acabou por morrer com uma asfixia, uma sonda que lhe puseram no
estômago que ficou mal metida e ela acabou por morrer num corredor do hospital
em SO.
No dia anterior não a visitei. Tinha muito trabalho, e por
muito que tentasse, não consegui arranjar tempo para a visitar.
Achei que o trabalho era mais importante que a minha
família! Trabalhava que nem uma louca para a nossa vida melhorar e para quê?
Para não estar presente quando a minha avó mais precisava de mim!
No dia seguinte de manhã, fui informada de que tinha que
telefonar para o hospital porque ela tinha morrido.
Eu não acreditei, telefonei logo e confirmaram isso mesmo.
Fui a correr para o hospital para saber o que se passava e contaram-me o que
tinha acontecido.
O chão desapareceu! A minha avó era tudo para mim, eu fazia
tudo por ela! Ela era o meu mundo, a minha luz, a minha mentora…
O meu sofrimento foi atroz! Eu não aceitava!
Queres continuar a ler e a ouvir a história?
Queres ser internet marketer como eu?
Queres melhorar a tua vida?
Junta-te a nós…
Subscreve a newsletter e sabe tudo ao pormenor
gratuitamente:
http://patriciadeportugal.com/e/grupo-de-ajuda
Sem comentários:
Enviar um comentário